são ou só

por Aglair Ruivo

Como quem anda só, numa corda bamba
e perde o equilíbrio,
Caio num instante.
Ao cair, pensamentos.
Um limiar, uma beira, um estalar de dedos
E nos tornamos insanos.
Sem sanidade
insanamente descobrimos
Que somos feitos de íons.
Uma maquineta capenga,
Com finos ajustes.
Que é então o cérebro?
Essa massa pensante que nos engana
Finge ser alguma coisa além do que é
Mas se faltar magnésio o cérebro falha
A sanidade não existe mais
E nos descobrimos sozinhos
Cadê ele? Cadê ele?
Um grito no escuro
Sei que está lá!
Ouço sua voz, suas palavras
Estão bonitas, estão confusas,
Está tão nítida!
Sofro tanto…
Faço planos, insanos
De mudar o mundo
E povoá-lo com loucos
Loucos tão lindos…
Tão sãos!
Só.
E só me sinto de novo.
Cadê ele? Cadê ele?
Volte….
Tão querido e tão são!

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